“Preste atenção não em quem diz, mas no que de bom se diga e guarde na memória”.
São Tomás de Aquino
Há 5 anos atrás, em meio às celebrações do centenário de nascimento de Raquel Correia de Crasto, produzimos um vídeo para apresentar esta educadora tão importante para a construção de nossa escola, lembrando algumas palavras ditas por ela. Em 03 de outubro de 2024, quando se completam 105 do seu nascimento, trazemos, novamente, este vídeo como reconhecimento do imenso valor do seu trabalho na educação do Recife, e para que, revendo o que de bom se diz, possa ser guardado na memória para as próximas gerações.
Biografia
Filha de Manuel Joaquim Correia de Crasto e de Josefa da Silva Crasto, Raquel nasceu no dia 03 de outubro de 1919, em Vicência, Pernambuco. Dedicou sua vida à missão de educadora cristã. Aluna de Pedagogia na FAFIRE, especializou-se em Orientação Educacional. Trabalhou com formação de professoras na Escola Estadual de Magistério Silvio Rabelo. Em 1942, foi nomeada professora primária pela Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco - Escola Rural Alberto Torres. Em 1943, passou a trabalhar na Escola Especial Ulisses Pernambucano. Participou da fundação do Instituto Domingos Sávio. Integrou o grupo que fundou o Jardim de Infância do Colégio Arquidiocesano do Recife, onde aplicou ideias progressistas sobre educação de crianças. Foi a partir de sua experiência de jardineira, que, em 1955, a convite de Paulo Freire, juntou-se ao grupo que criou o Instituto Capibaribe, a primeira escola considerada “alternativa” em Recife. Defendeu o princípio da educação integral, incluindo a atenção ao aspecto afetivo emocional da criança, sob o Lema: Amar para compreender, compreender, para educar, da educadora francesa Pauline de Kergomard.
Mulher sonhadora e idealista foi, sem dúvida, uma pessoa à frente do seu tempo. Tinha dentro do coração um amor respeitável, que ela procurava traduzir em gestos concretos no dia a dia. Na época da ditadura militar, acolheu, no Instituto Capibaribe, filhos de militares e de políticos perseguidos, num exercício de convivência respeitosa entre diferentes. Firme e suave, não tinha rigores, nem castigos, no trato com seus estudantes. Acreditava que a criança, quando adequadamente ocupada, seria também disciplinada, Em 1995, por questões de saúde, deixou a Direção do Instituto Capibaribe, tornando-se Diretora Emérita. Faleceu em 15 de agosto de 2004, mas suas ideias e práticas pedagógicas continuam vivas nesta escola até os dias atuais.
A Raquel, nossa homenagem, reconhecimento e eterna gratidão.
Recife, 03 de outubro de 2024
Monica Antunes Melo e Maria de Lemos Sobral
Direção do Instituto Capibaribe.