A diversidade e a identidade dos povos indígenas brasileiros foram tema de estudo dos(as) estudantes do Instituto Capibaribe. Além de atender à Lei 11.645/08, sobre o estudo da "História e cultura Afro-Brasileira e Indígena", a semana deu relevância a um tema que merece visibilidade. O Censo Demográfico 2010 contabilizou o crescimento da população indígena com base nas pessoas que se declararam indígenas no quesito cor ou raça e para os residentes em Terras Indígenas que não se declararam, mas se consideraram indígenas.
Segundo o IBGE, destaca-se o percentual de indígenas vivendo em áreas rurais. Enquanto 84,4 da população nacional residem em centros urbanos, o percentual atinge apenas 36,2 dos indígenas revelando um forte vínculo desses povos com a terra. A maior parte das 896 mil pessoas que se declaravam ou se consideravam indígenas, 572 mil ou 63,8 %, viviam na área rural e 517 mil, ou 57,5 %, moravam em Terras Indígenas oficialmente reconhecidas.O censo encontrou 274 línguas diferentes faladas pelos 305 povos conhecidos. Em Pernambuco, ainda encontramos dez diferentes povos. Em todos os casos, continuam em pauta a proteção ou demarcação de seus territórios e a defesa dos direitos humanos daqueles que são os mais antigos habitantes de nossa terra.
Para tornar o estudo mais lúdico, foi organizada uma gincana onde estudantes, do 6º ano à 8ª série, interagiam em 5 grupos diferentes. Dentro da visão interdisciplinar os participantes estudavam aspectos da cultura de 5 etnias residentes no Alto Xingu (Mato Grosso). Além da pesquisa individual, os participantes passaram por inúmeras experiências: nas aulas de artes plásticas, trabalharam os grafismos indígenas para a criação do cenário de uma encenação teatral; nas aulas de teatro, criaram apresentações cênicas a partir das pesquisas e conteúdos de sala de aula; em educação física, tomaram contato com jogos indígenas; em ciências, estudaram a biodiversidade em áreas indígenas. Cada grupo criou um símbolo para representar-se. Cinco painéis foram alimentados com informações durante toda a semana e ficaram em exposição, não somente para os estudantes, mas também para seus pais e familiares.
Um destaque entre as atividades foi o texto coletivo redigido na disciplina língua portuguesa. Os(as) estudantes conheceram uma carta de Mem de Sá, governador geral do Brasil em 1560. O documento escrito para o Rei de Portugal, D. Sebastião I, é um exemplo da crueldade do colonizador europeu no Brasil. Nela o governante se vangloria por dizimado aldeias inteirasem Ilhéus (BA).
Depois de tomarem conhecimento de aspectos históricos da colonização, os(as) estudantes redigiram uma petição para o poder público. O documento é um protesto contra o desrespeito secular aos nativos brasileiros e solicita que os logradouros públicos não tenham nome de pessoas responsáveis por tirar a vida de indígenas. A carta-petição dos(as) estudantes será lançada publicamente ainda em 2015.
Mais informações
O Brasil Indígena (Folder ilustrado do IBGE/2010)
http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/ascom/2013/img/12-Dez/pdf-brasil-ind.pdf
Mapa da população indígena no Brasil
http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/ascom/2013/img/12-Dez/encarte_censo_indigena_02%20B.pdf
Povos indígenas no Brasil
http://pib.socioambiental.org/pt/c/no-brasil-atual/quem-sao/povos-indigenas
População Indígena em Pernambuco
https://www.ufpe.br/nepe/povosindigenas/
