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07.04.2015

Dia do Ex-Aluno – 2015

Quem entrou no Instituto Capibaribe(IC) na tarde do dia 21 de março ficou contagiado com a animação de todos. Gente jogando, brincando, cantando, tocando e conversando muito. O que mais se via eram sorrisos. Diferentes gerações de antigos estudantes do Instituto Capibaribe se reencontraram no Dia do Ex-Aluno. Sempre no terceiro sábado de março, é um momento especial do ano onde amigos se veem, colocam a conversa em dia e também relembram o tempo na escola.

Era o que fazia o grupo formado pela bióloga Helena Andrade Lima (24), a professora Sofia Andrade Lima (27) e a estudante de Direito Gabriela Pires (26). As três relembravam com carinho o uniforme usado na década de 1990: saia pregueada de gorgorão com finas listras brancas e cinzas. A edição especial do uniforme havia sido desenhada pela arquiteta Carmem de Andrade Lima, ex-aluna e mãe de Helena e Sofia.

Outro grupo animado era formado pelos estudantes Arthur Gomes (16), Lucas Falcão (18), Penélope Andrade (16) e Laís Senna (17), Paula Lima (17) e Eduardo Mendonça (17), ex-alunos que saíram mais recentemente. Arthur foi categórico, considera a passagem pelo Instituto uma das melhores coisas de sua vida. E adora o "ritual" de voltar ao colégio no Dia do Ex-Aluno. Todos falam com carinho da escola. Aqui a gente recebia um cuidado "meio mãe", diz Paula. Eu percebi o quanto era bem cuidada quando mudei de escola. Sem a merenda saudável eu engordei! Penélope riu e concordou: Eu também, uns dez quilos! (A merenda feita na própria escola foi instituída em 1964, atendendo às necessidades nutricionais das crianças). Os amigos fizeram questão de tirar uma foto em frente ao mural da turma, lembrança gravada no muro da escola até hoje.

Além da merenda – onde a maioria exalta o cachorro-quente, muitos ex-alunos sentem saudade do piano, tocado todos os dias para saudar os estudantes. Foi o caso das ex-alunas Heloísa Borges Rodrigues e Maria Helena Antunes Sá. Elas deixaram a escola em 1971 e alcançaram o período onde as instalações do Velho Capiba funcionavam no centro do Recife, na Avenida Visconde de Suassuna. Maria Helena não disfarçava o orgulho de ter estado entre as ganhadoras da medalha de Handebol nos jogos escolares e a mudança de escola. Relembrou o cuidado da diretora ao encaminhar seus alunos a diferentes colégios. No primeiro dia na nova escola, o professor José Ricardo fez questão de conhecer as alunas que tinham vindo do Instituto Capibaribe, conta Maria Helena. É que a antiga diretora, Raquel Crasto tinha ido pessoalmente ver o diretor da escola e recomendar atenção às ex-alunas do IC.

Dona Raquel, como era conhecida, é sempre lembrada com admiração. A Médica Maria Lúcia Torres (66) se considera uma das "alunas fundadoras" da escola, pois sua família foi uma das 47 que participaram da implantação da nova escola, em 1955. Seus pais conheciam e confiavam em D. Raquel. A médica avalia que a escola abriu seus olhos para um novo mundo. Aqui eu era estimulada a buscar meu próprio caminho. Ela foi a única menina da turma, mas isso não foi problema. O ambiente era respeitoso e eu sentia a escola como uma grande família, onde todos se conheciam - comenta Maria Lúcia.

Ainda hoje, é possível sentir a repercussão do ambiente acolhedor e fraterno cultivado pelos educadores e funcionários do Instituto. Antes de cantar o parabéns pelos 60 anos da escola, jovens e adultos dividiam a mesma fila para saborear o famoso cachorro-quente com suco de limão. Pertinho da cantina, a ex-aluna Ana Antunes reafirmava a sua alegria de aprender na instituição. Ana, cujos irmãos também estudaram no IC, explicou que pôde perceber a ligação entre o que viveu e a filosofia da escola ao se tornar mãe de aluno. Seus dois filhos estudaram no Capibaribe. É uma escola pra vida, comenta ela. Não é só a aquisição de conhecimentos. São momentos onde o aluno pode refletir sobre as coisas, pensar na construção de um mundo solidário, concluiu Ana.